A História dos Jogos de Tabuleiro: Da Antiguidade à Modernidade
Os jogos de tabuleiro fazem parte da história da humanidade há milênios. Eles refletem culturas, tradições, avanços tecnológicos e até formas de pensamento. Vamos conhecer os principais jogos antigos — como Mancala, Yoté, Dama, Jogo da Velha, Shisima e Jogo da Onça — e também os contemporâneos Otrio, Quoridor, Tetris e Escape, explorando suas origens e curiosidades.
Mancala: O jogo da colheita
Origem: África, há mais de 3.000 anos, com registros em escavações no Egito Antigo.Como funciona: Jogadores movimentam sementes ou pedrinhas em cavidades do tabuleiro, representando colheitas. O objetivo é capturar o maior número de peças possível.
Curiosidade: É considerado um dos jogos mais antigos do mundo, com centenas de variações, como Oware e Kalah, ainda jogadas em diferentes países africanos.
Yoté: Estratégia africana
Origem: África Ocidental, especialmente Senegal e Mali.
Como funciona: Tabuleiro 5x6. Cada jogador posiciona e move peças para capturar as do adversário, pulando sobre elas, semelhante à dama.
Curiosidade: Até hoje, o Yoté é jogado em praças públicas africanas, como forma de lazer e socialização.
Dama: O clássico da estratégia
Origem: Baseada no jogo Alquerque (Egito, cerca de 1400 a.C.), a versão moderna surgiu na França no século XII.
Como funciona: Jogada em tabuleiro 8x8, com o objetivo de capturar todas as peças do oponente.
Curiosidade: A Dama tem variações regionais; no Brasil, por exemplo, a “dama brasileira” é diferente da versão inglesa e francesa.
Jogo da Velha: A simplicidade genial
Origem: Roma Antiga, onde era chamado “Terni Lapilli”.
Como funciona: Tabuleiro 3x3. Dois jogadores tentam formar uma linha com três marcas iguais.
Curiosidade: É tão simples e universal que ganhou versões digitais, tridimensionais e até competições rápidas em escolas.
Shisima: O jogo geométrico
Origem: Povo Tiriki, do Quênia.
Como funciona: Tabuleiro em forma de octógono, com um ponto central conectado aos demais. Vence quem formar uma linha reta com três peças.
Curiosidade: A palavra Shisima significa “água em movimento”, representando a agilidade necessária para vencer.
Jogo da Onça: Patrimônio indígena brasileiro
Origem: Povos indígenas do Brasil, como os Bororo e Guarani.
Como funciona: Um jogador controla a onça (1 peça) e o outro os caçadores (14 peças). A onça tenta capturar os caçadores, enquanto eles tentam cercá-la.
Curiosidade: É reconhecido como patrimônio cultural brasileiro e ainda hoje é ensinado em escolas e comunidades indígenas.
2. Jogos Contemporâneos
Otrio: A evolução do jogo da velha
Origem: EUA, 2016.
Como funciona: Tabuleiro circular, peças em três tamanhos diferentes. O objetivo é formar três peças iguais em linha, mas com novas camadas estratégicas.
Curiosidade: Ganhou prêmios de design e é muito popular em encontros familiares.
Quoridor: Barreiras e estratégia
Origem: França, 1997.
Como funciona: Cada jogador tenta atravessar o tabuleiro enquanto coloca barreiras para atrasar o adversário.
Curiosidade: Apesar de moderno, é considerado um dos jogos de estratégia mais elegantes da atualidade.
Tetris: Do digital para o físico
Origem: União Soviética, 1984, criado por Alexey Pajitnov.
Como funciona: Peças geométricas caem e precisam ser encaixadas sem deixar espaços.
Curiosidade: Tornou-se um fenômeno mundial nos videogames, mas também ganhou versões físicas de tabuleiro e blocos.
Escape: Cooperação contra o tempo
Origem: Século XXI, com jogos como Escape: The Curse of the Temple (2012).
Como funciona: Diferente dos tradicionais, é jogado em tempo real e de forma cooperativa. Os jogadores precisam escapar antes que o tempo acabe.
Curiosidade: Popularizou o conceito de jogos de tabuleiro cooperativos, onde todos ganham ou perdem juntos.
Dos jogos com sementes na África aos modernos desafios de lógica e cooperação, os jogos de tabuleiro refletem a história, a cultura e a criatividade humana. Eles nos conectam ao passado, ao mesmo tempo em que se reinventam para novas gerações
 
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